Reserva de Emergência
- Redação ABC Econômico

- 10 de set. de 2024
- 4 min de leitura
A reserva de emergência é uma das bases da saúde financeira, sendo essencial para lidar com imprevistos que possam surgir ao longo da vida. Ela representa uma quantia de dinheiro guardada e destinada exclusivamente para cobrir despesas inesperadas, como a perda de emprego, problemas de saúde, consertos urgentes na casa ou no carro, entre outros eventos inesperados que possam afetar a tranquilidade das famílias. Esse fundo tem o papel de proteger o indivíduo ou a família de recorrer a empréstimos, cheque especial ou outras formas de crédito imediato e que possam trazer juros altos e desequilibrar as finanças.
Quanto deve ser a reserva de emergência? Como calcular?
O valor da reserva de emergência varia de acordo com a realidade financeira de cada pessoa. De maneira geral, recomenda-se que a reserva seja suficiente para cobrir entre 3 a 12 meses de despesas mensais de cada pessoa ou família e, por isso, o cálculo é específico.
A ideia é que você consiga manter seu padrão de vida básico sem depender de renda durante esse período. O cálculo deve levar em consideração suas despesas fixas e variáveis, como aluguel, alimentação, transporte, contas de serviços (água, luz, internet), seguros e outros compromissos financeiros regulares e que já tenham sido assumidos anteriormente.
• 3 a 6 meses de despesas: Esse intervalo é considerado o ideal para a maioria das pessoas que possuem empregos mais estáveis, com um fluxo de renda regular, como servidores públicos ou profissionais com contratos de longo prazo.
• 6 a 12 meses de despesas: Se sua renda é variável ou instável, como no caso de autônomos, freelancers, empreendedores, ou pessoas que trabalham em áreas mais vulneráveis à sazonalidade ou crises econômicas, é aconselhável manter uma reserva de emergência mais robusta. A instabilidade de renda aumenta o risco de períodos mais longos sem entrada de dinheiro, o que justifica ter uma reserva maior.
Como calcular a reserva de emergência?
Para calcular o valor necessário para sua reserva de emergência, siga os passos abaixo:
1. Liste suas despesas essenciais: Faça uma lista de todas as suas despesas mensais obrigatórias, como aluguel, prestação da casa, condomínio, contas de água, luz, gás, internet, alimentação, transporte, escola, saúde e outros gastos fixos.
2. Estime um valor médio: Some todas essas despesas e tenha uma média de quanto você gasta mensalmente com o básico para sobreviver. Não inclua gastos supérfluos ou de lazer, pois a reserva de emergência deve cobrir apenas o que é essencial em uma situação de crise.
3. Multiplique pelo número de meses: Depois de calcular o valor médio das suas despesas mensais, multiplique esse valor pelo número de meses que você deseja ter como reserva. Se sua escolha for uma reserva de 6 meses e suas despesas mensais forem de R$3.000, por exemplo, você precisará de R$18.000 para uma reserva adequada.
Onde guardar a reserva de emergência?
A escolha de onde alocar sua reserva de emergência é muito importante. Como essa quantia precisa estar disponível a qualquer momento para ser usada em caso de necessidade, o ideal é buscar opções que ofereçam liquidez diária, ou seja, a possibilidade de resgatar o dinheiro rapidamente, e baixo risco, já que o objetivo é segurança, não maximizar os rendimentos. Algumas das opções mais recomendadas incluem:
• Poupança: Embora seja a aplicação mais tradicional e segura, a poupança tem uma rentabilidade baixa, geralmente abaixo da inflação, o que faz com que o dinheiro perca poder de compra ao longo do tempo. No entanto, sua liquidez é imediata e não há riscos de perda.
• Tesouro Selic: Considerada uma das opções mais seguras no Brasil, o Tesouro Selic é um título público do governo federal que acompanha a taxa básica de juros (Selic). Ele oferece liquidez diária, o que permite que o dinheiro seja resgatado a qualquer momento, e possui uma rentabilidade superior à poupança.
• CDB com liquidez diária: Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos por bancos podem ser uma boa opção, desde que tenham liquidez diária e sejam garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
• Fundos de Renda Fixa: Alguns fundos de investimento de renda fixa também podem ser uma alternativa, mas é importante observar as taxas de administração e a possibilidade de variação no rendimento. Prefira fundos que acompanhem o CDI ou a Selic e que tenham baixas taxas de administração além de conferir sempre a liquidez imediata.
Quando usar a reserva de emergência?
A reserva de emergência deve ser usada apenas em situações realmente urgentes e imprevisíveis. Isso inclui eventos como:
• Perda de emprego ou queda de renda: Para manter suas despesas básicas até conseguir uma nova fonte de renda.
• Problemas de saúde: Para cobrir despesas com tratamentos, consultas, exames ou remédios imprevistos.
• Despesas com a casa: Reparos urgentes, como consertos hidráulicos, elétricos ou estruturais, que não podem ser adiados.
• Consertos no carro: Situações como falhas mecânicas que possam impedir o uso do veículo, especialmente se ele for essencial para o trabalho.
NOTA: O uso consciente da reserva de emergência é fundamental para que ela cumpra seu papel. Não deve ser utilizada para compras planejadas, como uma viagem ou a troca de um bem, pois esses gastos podem ser programados com antecedência e não são situações de emergência.
Importância de manter a reserva intacta
É fundamental que, após o uso da reserva de emergência, você a reponha o mais rápido possível. O ideal é que, uma vez utilizado o dinheiro da reserva, você faça um planejamento financeiro para restabelecer o fundo gradualmente. Isso garantirá que, em uma nova emergência, você esteja preparado.
Conclusão
Manter uma reserva de emergência é um dos primeiros passos para a construção de uma vida financeira mais estável e tranquila. Ao contar com essa proteção, você minimiza os impactos dos imprevistos e evita se endividar em momentos de crise. Além disso, ter uma reserva de emergência bem estruturada proporciona mais segurança para investir em outras áreas da vida, sabendo que imprevistos financeiros não comprometerão sua estabilidade.
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